O Brasil em um Mundo Globalizado
Por ser um país
integrado a economia mundial capitalista e com conexões culturais com diversos
países do mundo, o Brasil está participando nas
atividades do mundo globalizado. O Brasil possui
uma economia aberta ao mercado internacional, ou seja, nosso país vende e
compra produtos de diversos tipos para diversas nações.
Como o Brasil tem
procurado se desenvolver em meio a um mundo totalmente globalizado. Que medidas
o Brasil adota, para se expandir economicamente? Existe multinacionais
brasileiras? Não é de agora que o Brasil apresenta transformações tecnológicas
que se manifestam na sociedade brasileira. Mas foi desde 1990 que a
globalização teve maior impacto. Nesse período a economia brasileira passava
por uma série de crises: déficit público elevado; escassez de financiamento
para atividade produtiva e para ampliação de infraestrutura; inflação; no final
da década de 80 a inflação chegou a 80% ao mês, e os preços subiam diariamente.
No início da década de 90, o Brasil passa a adotar ideias liberais, abrindo o
seu mercado interno, criando maior liberdade para a entrada de mercadorias e de
investimentos externos, derrubando assim, algumas barreiras protecionistas. A
ideia era ter o capital estrangeiro como ajuda para retomar ao crescimento
econômico. Alegava-se que a economia ia ser beneficente para as empresas
nacionais, estimulando o desenvolvimento e recuperar atrasos em alguns setores.
Esperava-se, que a economia brasileira fosse mais competitiva, em a ajuda de
subsídios e protecionismo.
Subdesenvolvimento
O
subdesenvolvimento se caracteriza por problemas sociais e econômicos no
interior de um país. Mas nem todos os países subdesenvolvidos são iguais entre
si. Alguns tem elevada capacidade de produção e atraem investimentos do
exterior, como é o caso do Brasil. Outros estão praticamente excluídos da ordem
econômica mundial e depende de ajuda humanitária para a sobrevivência da
população. Isso mostra que o processo da globalização tem sido bem diferentes
entre os países ricos e os pobres, sendo que a pobreza tem aumentado até em
países ricos. Apesar de a globalização ter acentuado os problemas nos países do
Norte, tem sido bem mais grave nos países do Sul, que possuem recursos
limitados. As diferenças entre os países do mundo atual são enormes. Os
países do G8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e
Canadá) são responsáveis pela produção de cerca de 56% de toda a riqueza do
mundo. Todos os outros países, aonde vivem 85% da população, produzem os 44%
restantes. Essas diferenças socioeconômicas tendem aumentar a cada ano com o
desenvolvimento técnico-científico acelerado e concentrado nos países
desenvolvidos. Segundo o Relatório de 2002 do Estudo de População das Nações
Unidas, cerca de três milhões de pessoas vivem com menos de três dólares por
dia.
Esta charge retrata bem a situação de
muitas pessoas em países pobres
O
desenvolvimento tecnológico é bem importante para o processo de globalização, e
o Brasil no início do século XXI ocupava a 43° posição do ranking de conquistas
tecnológicas. O Consenso de Washington refere-se a um conjunto de ideias criadas, em 1989, visando ajudar no desenvolvimento da América Latina. O
economista John Willianson reuniu o consenso de alguns pontos principais
propostos pelas grandes instituições financeiras. De acordo com o Concurso de
Washington, os países teriam de:
- Diminuir a dívida
do governo, para isso promover o corte de salários e demissões dos funcionários
públicos em excesso, e realizar mudanças nas leis trabalhistas, na previdência
social, e na aposentadoria.
- Promover uma
reforma no sistema de arrecadação e atribuição de impostos, para que as
empresas pagassem meios e tivessem mais chance de competitividade.
O Consenso de
Washington também propunha a abertura comercial, o aumento de facilidades para
saída e entrada de capitais, e a privatização de empresas estatais.
Seguir as sugestões
do Consenso não eram obrigatórias, mas eram necessário cumpri-las para receber
ajuda financeira externa e atrair capitais estrangeiros.
Abrindo a Economia no Brasil
Foi por volta de
1990 que o Brasil reduziu os impostos de importação, e os produtos
importados passaram a entrar de forma bem ampla no mercado brasileiro. A oferta
de produtos cresceu, e os preços permaneceram os mesmos ou caíram; esses
produtos importados passaram a tomar o espaço das industrias nacionais, que
foram obrigadas a fechar. A balança comercial acumular déficits por vários anos
no decorrer de 1990. O governo, também, passou a incentivar por meio de
incentivos fiscais e privatização das empresas estatais, os investimentos
externos no Brasil. Com a rapidez da abertura da economia brasileira, muitas
empresas nacionais não se adaptaram a nova regra: “é melhor vender do que
falir”. Em apenas uma década as multinacionais dobraram sua participação na
economia brasileira, passaram a comprar algumas empresas nacionais ou se
associaram a elas.
As multinacionais
investem principalmente em tecnologia, contribuindo para a geração de cortes de
empregos. De uma maneira geral, nos setores em que ocorreu a privatização,
diminuíram os empregos e as condições de trabalho pioraram. Na mesma proporção
da abertura do mercado o desemprego aumentou, e a possibilidade de voltar ao
mercado de trabalho fica cada vez mais distante, pois as vagas vão sendo
preenchidas pelas novas tecnologias de produção e sistemas informatizados. Mesmo
com a abertura de postos de trabalho em setores que mostraram crescimento, como
turismo, publicidade, telefonia, não compensaram os que foram fechados. Poucos
países adotaram amplamente as ideias neoliberais, e ingressaram de foram plenas
no processo de globalização. Isso ocorreu penas em alguns países da América
latina, como por exemplo o Brasil. Outros países, como a China e Índia,
preferiram mais restrita e gradual, exigindo a instalação de indústrias em
setores estratégicos e em associações com empresas nacionais.
A partir do final do século XX, as mudanças estão sendo tão intensas que trabalhadores e empresas ainda estão tentando se adaptar a nova realidade. A privatização das empresas permanecia no centro dessas mudanças. Mas outras mudanças ocorriam no Brasil, como a concessão para explorar os sistemas de transporte, o fim da proibição da participação de empresas estrangeiras nos setores de comunicações e o fim do monopólio da Petrobrás para exploração de petróleo. Alegavam que as empresas estatais estavam endividadas, e só davam prejuízos, sobrevivendo apenas com a ajuda de subsídios do governo. Em alguns casos essa afirmação era verdadeira, mas em outras não, e foi nessas que ocorreram as maiores privatizações. Como por exemplo, o Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, que, apesar de terem altas dívidas, davam bastante lucro ao Brasil, e tinham condições de cumprir os seus compromissos financeiros.
Multinacionais brasileiras
As empresas
brasileiras também têm participação em investimentos externos, e estão
presentes em outros países. Em uma década o número de empresas brasileiras em
outros países elevou 500%. Em 2001, havia 350 empresas instaladas no exterior. Apesar
desse aumento da participação do Brasil no comércio mundial, ela continua sendo
reduzida. A participação do Brasil representa cerca de 1% de todas as
transações que ocorrem no mundo. As exportações brasileiras são: café, açúcar,
minério de ferro e outros produtos que possuem baixo valor comercial. Por outro
lado, as importações do Brasil são bens de consumo de alta tecnologia, e
possuem valor elevado. Os produtos brasileiros ainda precisam entrar as medidas
protecionistas dos países desenvolvidos. Por exemplo: a agropecuária, que se
tornou bem competitiva, tem dificuldades para entrar nos Estados Unidos, Japão
e União Europeia. Nesses países os produtos recebem taxas até ficaram com um
preço elevado, e os agricultores locais recebem subsídios que são proibidos
pelas regras da OMC.
O Brasil no Mercosul
As relações comerciais entre do Mercosul, tiveram avanços e
vários projetos de infraestrutura, que começaram a ser desenvolvidos com o
aumento desse mercado. Os países que fazem parte do Mercosul, representam cerca
de 42% da população da América do Sul, e mais da metade do valor da economia
que é produzida nesta parte do continente. Junto com a Bolívia, que teve
participação no Mercosul como membro-associado a uma zona de livre comercio, o
Brasil construiu o maior gasoduto da América latina, que liga a Bolívia aos
estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Em 1999, passou a
surgir algumas divergências entre Brasil e Argentina. Devido à crise econômica,
principalmente na Argentina, fez com que o comércio dentro do bloco sofresse uma
queda. Apesar de ser uma união aduaneira, o Mercosul, tem apresentado ser
semelhante a uma integração de uma zona de livre comércio.
O
Brasil e o BRICS
Em 2001, o economista britânico Jim O ‘Neil
formulou o acrônimo "Bric", utilizando as iniciais dos quatro países
considerados emergentes, que possuíam potencial econômico para superar as
grandes potências mundiais em um período de, no máximo, cinquenta anos.
A partir de 2006, o grupo passou a ser um
mecanismo internacional, quando o Brasil, Rússia, Índia e China decidiram dar
um caráter diplomático a essa expressão na 61º Assembleia Geral das Nações
Unidas. Em 2009, os encontros passaram a ser anuais e a contar com a presença
dos chefes de Estado e governo.
Até o
fim desta década, os Brics devem alcançar um PIB combinado de US$ 25 trilhões,
segundo projeção do criador do termo, Jim O'Neill.
Os maiores avanços foram em temas de saúde. Desde janeiro, os
cinco países lançaram as bases para uma rede de bancos de leite humano – tema
no qual o Brasil é referência mundial. Também há esforços para a pesquisa
integrada de diagnósticos e medicamentos de combate à tuberculose.
Na área econômica, uma das principais ações foi a criação, em
2014, do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, com o objetivo
de aumentar o investimento em infraestrutura e desenvolvimento sustentável nas
economias emergentes.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/13/entenda-o-brics-grupo-formado-por-brasil-russia-india-china-e-africa-do-sul.ghtml