7º ano
Agricultura no Brasil atual
Atualmente, a agricultura no Brasil é marcada pelo processo de
mecanização e expansão das atividades em direção à região Norte.
A atividade do setor agrícola é uma das mais importantes da economia brasileira, pois, embora componha pouco mais de 5% do PIB brasileiro na atualidade, é responsável por quase R$100 bilhões em volume de exportações em conjunto com a pecuária, segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). A produção agrícola no Brasil, portanto, é uma das principais responsáveis pelos valores da balança comercial do país.
Ao
longo da história, o setor da agricultura no
Brasil passou por diversos ciclos e transformações, indo desde a economia
canavieira, pautada principalmente na produção de cana-de-açúcar durante o
período colonial, até as recentes transformações e expansão do café e da soja.
Atualmente, essas transformações ainda ocorrem, sobretudo garantindo um ritmo
de sequência às transformações técnicas ocorridas a partir do século XX, como a
mecanização da produção e a modernização das atividades.
A modernização da agricultura no Brasil
atual está diretamente associada ao processo de industrialização ocorrido no
país durante o mesmo período citado, fator que foi responsável por uma
reconfiguração no espaço geográfico e na divisão territorial do Brasil. Nesse
novo panorama, o avanço das indústrias, o crescimento do setor terciário e a
aceleração do processo de urbanização colocaram o campo economicamente
subordinado à cidade, tornando-o dependente das técnicas e produções
industriais (máquinas, equipamentos, defensivos agrícolas etc.).
Podemos dizer que a principal marca da
agricultura no Brasil atual – e também, por extensão, a pecuária – é a formação
dos complexos agrícolas, notadamente desenvolvidos nas regiões que englobam os
estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio
Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse contexto,
destacam-se a produção de soja, a carne para exportação e também a
cana-de-açúcar, em razão do aumento da necessidade nacional e internacional por
etanol.
Na região Sul do
país, a produção agrícola é caracterizada pela ocupação histórica de grupos
imigrantes europeus, pela expansão da soja voltada para a exportação nos
últimos decênios e pela intensiva modernização agrícola. Essa configuração é
preponderante no oeste do Paraná e de Santa Catarina, além do norte do Rio
Grande do sul. Além da soja, cultivam-se também, em larga escala, o milho, a
cana-de-açúcar e o algodão. Na pecuária, a maior parte da produção é a de carne
de porco e de aves.
Na região Sudeste,
assim como na região sul, a mecanização e produção com base em procedimentos
intensivos de alta tecnologia são predominantes. Embora seja essa a região em
que a agricultura se encontra mais completamente subordinada à indústria,
destacam-se os altos índices de produtividade e uso do solo. Por outro lado,
com a maior presença de maquinários, a geração de empregos é limitada e, quando
muito, gerada nas agroindústrias. As principais culturas cultivadas são o café,
a cana-de-açúcar e a fruticultura, com ênfase para os laranjais.
Na região Nordeste,
por sua vez, encontra-se uma relativa pluralidade. Na Zona da Mata, mais úmida,
predomina o cultivo das plantations,
presente desde tempos coloniais, com destaque novamente para a cana, voltada
atualmente para a produção de álcool e também de açúcar. Nas áreas semiáridas,
ressalta-se a presença da agricultura
familiar e também de algumas zonas com uma produção mais
mecanizada. O principal cultivo é o de frutas, como o melão, a uva, a manga e o
abacaxi. Além disso, a agricultura de subsistência também possui um importante
papel.
Já
a região Centro-Oeste é
a área em que mais se expande o cultivo pela produção mecanizada, que se
expande em direção à Amazônia e vem pressionando a expansão da fronteira
agrícola para o norte do país. A Revolução
Verde, no século passado, foi a principal responsável pela ocupação
dos solos do Cerrado nessa região, pois permitiu o cultivo de diversas culturas
em seus solos de elevada acidez. O principal produto é a soja, também voltada
para o mercado externo.
Por fim, a região
Norte é caracterizada por receber, atualmente, as
principais frentes de expansão, vindas do Nordeste e do Centro-Oeste. A região
do “matopiba” (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por exemplo, é a área onde
a pressão pela expansão das atividades agrárias ocorre mais intensamente, o que
torna a região Norte como o futuro centro de crescimento do agronegócio brasileiro.
As atividades mais praticadas nessa região ainda são de caráter extensivo e de
baixa tecnologia, com ênfase na pecuária primitiva, na soja em expansão e em
outros produtos, que passam a competir com o extrativismo vegetal existente.
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